O futuro é mais dos cooperativistas do que dos ditadores

Na passada segunda e terça-feira estivemos no centro do cooperativismo no mundo. Foi um privilégio a Caixa Agrícola de Torres Vedras ter sido anfitriã de um encontro com pessoas que acreditam no valor do nosso modelo de negócio que é também um modelo de vida, de convicta confiança de que é através do bem que criamos valor, que é da proximidade que construímos redes de confiança, que é da presença efetiva nos lugares que melhor poderemos intervir e influenciar o mundo.

O secretário-geral das Nações Unidas expressou esse desejo na mensagem que abriu a Global Innovation Coop Summit. Um desejo reiterado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel e por palestrantes de mais de trinta países e de quatro continentes. Foram dois dias de aprendizagem mútua, de troca de informação, de partilha de experiências e de preparação para a batalha do futuro. Deixo-lhe um curto excerto do discurso que escrevi para o encerramento deste encontro mundial de cooperativistas. Para a semana conto escrever sobre um encontro e um abraço que dificilmente me sairá da memória, um dos momentos mais bonitos destes dois dias. Mas vamos ao excerto:

"… A liberdade ou a igualdade são palavras que nos transcendem, são construções sociais, políticas, económicas e culturais, mas a fraternidade não. Ela tem que ser vivida, experienciada e cultivada. Se uma comunidade quiser podemos ser sempre mais fortes. Podemos ser inquebrantáveis. Se uma comunidade quiser não há fome. E se o quiser mesmo, se o esforço for conjunto, pode crescer, multiplicar os resultados e ganhar fazendo o Bem. Com as regras do jogo podemos reinventá-lo, torná-lo melhor.

A era digital não é nossa inimiga, pode ser nossa aliada. Temos capital social, mas também capital cívico que permite a humanização do digital. Somos confiáveis e compreendemo-nos com um olhar sobretudo quando o nosso olhar não é desvirtuado por desejarmos ser o que não somos. Talvez seja esse o maior perigo de alguns projetos cooperativistas. A tentação de seremos como os outros – não percebendo que ser como os outros significa uma condenação a prazo.

As ameaças vêm sempre de dentro, sobretudo quando há quem se transforme no que não é, quando há quem se aproveite, quando há quem se sirva em vez de servir.

Temos de ter coragem.

Não nos contentemos com pequenos objetivos. Podemos ter respeito pela memória, sonhar com o futuro, mas tantas vezes o difícil é atuar sobre o presente. O valor da confiança não nos pesa no nosso orçamento familiar ou de Estado. Não está nas despesas previstas, não provoca risco de imparidade ou ameaça os balanços, a confiança é a forma mais barata de estímulo.

Vejo sempre o copo meio cheio. Sou um otimista pragmático. Acredito na beleza de quem vê. Acredito na diversidade dos que insistem em ver.

Não podemos ter medo de palavras que parecem estar proibidas. Nós ganharemos mais se resgatarmos algumas delas. A palavra Amor. A palavra amizade. A palavra compaixão. A palavra solidariedade.

Acredito no mercado, mas o mercado será mais forte se nos permitir abraçar o outro, ajudar o outro, fazer crescer o outro. Interrogar é o contrário de ser arrogante. Estar deste lado não é uma limitação, é uma escolha inteligente.

E neste tempo, ainda mais inteligente. Churchill escreveu que os ditadores adoram entrar nos lugares montados em tigres, mas que chega sempre o momento em que os tigres ficam com uma fome por saciar. O futuro é mais dos cooperativistas do que dos ditadores. O mundo precisa que o seja. Vamos sê-lo.

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